sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Sistemas de Diálise

Hoje trago-vos um tema bastante sério, o caso do Hospital de Évora que ocorreu em 1993 e que conduziu à morte de 25 pessoas com problemas renais.

Contudo, numa fase inicial, convém esclarecer-vos sobre o que é a homeostasia, a osmorregulação, os sistemas de diálise e tudo mais.
A manutenção das condições do meio interno dentro de limites compatíveis com a vida denomina-se por homeostasia, e desta forma, sempre que ocorrer uma variação nas concentrações de água e de solutos do meio interno, irá intervir um conjunto de mecanismos capazes de controlar essas variações, ou seja, os valores da pressão osmótica do meio interno assegurando, assim, a sobrevivência dos indivíduos.

O Homem sendo capaz de controlar a pressão osmótica face às variações de composição do meio externo é denominado de osmorregulador, possuindo um conjunto de estruturas excretoras → os rins.
Contudo, em indivíduos que padecem de insuficiência renal, os processos de excreção não ocorrem normalmente, o que resulta numa acumulação de substâncias tóxicas no organismo. Nestes casos, para assegurar a sobrevivência dos indivíduos recorre-se à hemodiálise.



Neste processo de purificação e de filtração do sangue o médico realiza um cateter venoso-central (une uma veia e uma artéria do braço), através do qual o sangue é impulsionado por uma bomba até ao dialisador. Este é constituído por dois compartimentos: um por onde circula o sangue e outro por onde circula o dialisato (solução de sais minerais como Ca, K, Mg, Cl) em sentidos contrários de forma a maximizar todo o processo de depuração. Uma vez que, entre os dois fluidos há um gradiente de concentração, a membrana que os separa terá que ser semipermeável de modo a possibilitar a troca de substâncias e de consequentemente se atingir o equilíbrio. Após todos estes intercâmbios o sangue é devolvido ao paciente.

É de salientar que durante este processo de depuração se deverá utilizar uma água extremamente pura, pois caso contrário todo este processo pode pôr em causa a própria sobrevivência dos pacientes, como aconteceu em 1993 no Hospital de Évora, onde 25 pessoas faleceram devido a uma elevada quantidade de alumínio na água utilizada na hemodiálise.
A verdade é que existem diversos métodos de purificação da água, sendo o mais usual denominado de coagulação ou de floculação que consiste no seguinte: primeiramente ajusta-se o pH da água respectiva, elevando-o pela adição de uma base, seguidamente adiciona-se o sulfato de alumínio, que se irá dissolver na água e que posteriormente irá precipitar na forma de hidróxido de alumínio, arrastando as impurezas para o fundo do recipiente, como traduzem as seguintes reacções.

Dissolução: Al2(SO4)3(s) → 2 Al3+(aq) + 2 SO43-(aq)
Precipitação: Al3+(aq) + 3 OH-(aq) → Al(OH)3(s)

Desta forma, concluo que não se deverá adicionar em excesso sulfato de alumínio, pois caso isso aconteça o Al3+ não irá reagir com o OH-, precipitando uma maior quantidade de hidróxido de alumínio, como infelizmente aconteceu em Évora.
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